Durante o processo, ele negou as acusações. Em um dos casos, ele validava documentos mesmo sabendo que eles tinham problemas e pendências.
Um capitão do Corpo de Bombeiros foi condenado a 15 anos de prisão por receber dinheiro para fazer e a aprovar projetos de prédios e comércios junto à corporação quando trabalhava em Goiânia e Caldas Novas, no sul do estado. Durante o processo, ele negou as acusações.
As irregularidades aconteceram em 2012, quando era subchefe de Proteção contra Incêndio, Explosão e Pânico. Na época, ele não tinha o Curso de Análise de Projetos de Edificações e Áreas de Risco. Com isso, não tinha a experiência necessária para exercer a função, segundo a Justiça.
A assessoria do Corpo de Bombeiros disse que "o capitão está a disposição da Secretaria de Segurança Pública". A corporação informou que soube da decisão por meio da imprensa, mas que está "analisando quais medidas administrativas podem ser tomadas diante do fato".
O G1 entrou em contato por mensagens com a defesa do capitão às 8h10 e aguarda retorno.
Em uma das situações, ele é acusado de beneficiar uma engenheira, aprovando em tempo recorde projetos apresentados por ela. De acordo com a sentença, em algumas ocasiões, o réu recebeu, cadastrou no sistema, analisou e aprovou de maneira irregular projetos que tinham falhas, tudo no mesmo dia.
Em outras situações, ele pegava projetos que tinham sido analisados por outros bombeiros e que estavam pendentes devido a problemas nos empreendimentos e os aprovava.
Um dos documentos aprovados irregularmente um comércio estava em funcionamento “sem que todos os sistemas preventivos previstos nos projetos tenham sido devidamente executados (hidrantes, detecção, alarme)”, segundo a sentença.
Ao todo, ele teria aprovado de maneira irregular seis projetos da mesma engenheira. Em seu interrogatório, o capitão disse que não houve nenhum favorecimento e que trabalhava para que projetos não fossem aprovados com pendência, “mas como não é máquina, pode ter aprovado algum projeto contendo alguma pendência”.
Em outra ocasião, entre abril e dezembro de 2012, o réu recebeu R$ 5.716 para elaborar e aprovar projetos para uma empresária. Para fazer os documentos, ele receberia “de 50 a 75 centavos por metro quadrado, ocasião em que o denunciado recebeu, em sua conta corrente, depósitos que totalizaram a quantia ut mencionada”.
Com relação a esse caso, o bombeiro disse que não elaborou nenhum projeto e também negou a prática de corrupção e disse que o valor recebido era referente ao “treinamento de brigada de incêndio para uma empresa particular”.
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